quinta-feira, 26 de abril de 2012

Questionar é importante

O que é história? É a sua vida é a vida de todos os seres humanos. Você e todos os brasileiros fazem a história do Brasil. Os brasileiros a do Brasil e todos os demais povos da Terra fazem história do Mundo.
História é refletir, é pensar sobre o que os homens fazem, por que fazem e como fazem.
No passado e no presente; no Brasil e nos outros países da Terra.
É preciso entender o sentido dos principais acontecimentos que marcaram a história do Brasil e da humanidade.
Os principais fatos históricos devem ser discutidos dar explicações. O mais importante é aprender a pensar com sua própria cabeça, e avaliar as informações que recebe.
Questionar o que é colocado, não aceitar como verdade absoluta, ouvir ou lêr diversos pontos de vista, tirando de tudo isso suas próprias conclusões.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Falando ainda de mulheres na história

As mulheres não terem um lugar na "História" não foi uma decisão ingênua: nas biografias masculinas, é ouca a atençao dada às vidas conjugais dos homens referenciados, sua paternidade e outros detalhes de seu cotidiano; no entanto, é habitual que biografias femininas destaquem estes aspectos acima de outros.
As mulheres na nossa era foram empurradas para o trabalho fora de casa, mas tendo que se conformar com salários menores que os dos homens ppor trabalho igual. Com isso houve um rebaixamento salarial a todo trabalhador.
Mas trabalhar fora de casa não tirou das mulheres a responsabilidade ancestral do trabalho doméstico não remunerado, sobrecarregando-as, então, com a dupla jornada de trabalho.

O capitalismo não inventou a opressão da mulher, isto é certo. Mas também é certo que longe de libertá-las daquela opressão ancestral, endurece os grilhões e seus cárceres. No entanto, apesar da condenação que o capitalismo continua impondo às mulheres - que se transforma em amarra perpétua para as trabalhadoras e as mulheres dos setores populares -, marxistas e feministas sustentam discussões acaloradas e inclusive, em algumas ocasiões, irreconciliáveis, há mais de trinta anos.

E por isso, impusionamos a participamos das mais amplas mobilizações e lutas por direitos democráticos elementares - como o direito ao abordo, entre outros - e pelas demandas específicas das operárias em seus locais de trabalho etc. Mas, também insistimos na necessidade de que classe operária, começando por suas mulheres, integre a questão de sua emancipação em seu programa revolucionário, porque sabemos que não pode se libertar de suas amarras quem oprimea outros.
(...)
O capitalismo só nos reserva destruição, grilhões e barbárie. Claro, se até aqui podemos concordar com algum setores feministas anti-capitalistas, a pergunta que continua sustentando o debate é : a revolução proletária é suficiente para emancipação das mulheres?
(...)
Nada mais longínquo do pensamento de Marx e Engels, que propagandearam as origens e funções, da família, denunciando a instituição de domínio patriarcal. Em suas análises, insistiram sobre a existência da opressão da mulher em todas as sociedades com o Estado - e não apenas no capitalismo -, vinculando o patriarcado à existência das classes sociais. Com um tom extremamente radical para sua época - e inclusive maior do que a de muitas feministas que apareceram um século depois - Engels assinala em "A Origem da Família, a Propriedade Privada e o Estado",

 (...) que a monogamia não aparece de nenhuma maneira na história como um acordo entre o homem e a mulher, e menos ainda como a forma mais elevada de matrimônio. Pelo contrário, entra em cena como forma de escravização de um sexo pelo outro, como proclamação de um conflito entre os dois sexos, deconhecidos até então na pré-história. Em um velho manuscrito inédito, relatado em 1846 por Marx e por mim, encontro esta frase : "A primeira divisão de trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos". E hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a do sexo feminino pela do sexo masculino. A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, inaugura, conjuntamente com a escravidão e com as riquezas privadas, a época é dura até nossos dias e na qual cada progresso é ao mesmo tempo um regresso relativo  e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se dão às custas da dor e da repressão de outros. a monogamia é a forma celular da sociedade civilizada, na qual já podemos estrudar a natureza das contradiçõpes e dos antagonismos que alcançam seu pleno desenvolvimento nesta sociedade.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Você conhece Histórias de mulheres que fizeram História?

O papel das mulheres na História tem sido silenciado durante séculos. Quando apareciam, era em "casos excepcionais" onde as mulheres adquiriam importância por "estranhas" aptidões para a ciência ou para a arte, ou ainda porque "obscuros designios divinos" buscaram erguê-las como "rainhas" ou "santas".
Isto se modificou drasticamente com a segunda onda feminista na década de 1970, quando ativistas e acadêmicas começaram a questionar está ausência e se propuseram a investigar as mulheres na história.

Mas, se a opressão social das mulheres está na base desta eliminação da participação de metade da humanidade nos processos históricos, isto se deu de forma mais aguda quando se tratou de mulheres lutadoras, rebeldes e revolucionárias.

Hoje, diante de um momento histórico onde o capitalismo se encontra, mais uma vez, questionado em sua essência de exploração do homem pelo homem, conhecer e aprender como bravas mulheres foram capazes de subverter a ordem é, no minímo, inspirador.

Não podemos deixar de lembrar que uma relação de igualdade (Mézaros) no espaço reprodutivo (lar, casa), como no setor produtivo (fábrica) não é do interesse e, nem tampouco, faz parte da lógica do Capital, que no máximo "permite" uma relação de igualdade apenas formal (o casamento).

Marx, nos Manuscritos Econômicos Filosóficos de 1844, já nos lembrava que, na "relação com a mulher como presa e criada da luxúria comunitária está expressa a degradação infinita em que o ser humano existe para si mesmo, pois o segredo desta relação tem a sua expressão inequívoca, decedida, manifesta, desvelada na relação do homem com a mulher e no modo como é tomada a relação natural, imediata do gênero".

O que nos permite evidenciar, em grande medida, que a lógica do Capital se opõe frontalmente ao processo de emancipação da mulher, uma vez que ele necessita, para a preservação do seu sistema de dominação, do trabalho feminino preservado palos mecanismos estruturais que geram a subordinação da mulher.

(...) a importância da luta feminina ocorrida no transcorrer do processo histórico, representada por mulheres com forte ideologia emancipadora e principalmente, que acreditam na superação da opressão, exploração de gênero e classe, da propriedade privada e consequentemente na superação do Capital. Não podemos esquecer que a verdadeira emancipação humana de homens e mulheres só é possível na sociedade socialista.

(...), a coragem dessas mulheres em lutar, sacrificando sua vida privada por uma causa maior. A causa de uma sociedade sem opressão de gênero e exploração de classe, ou seja, a luta pela emanciapação feminina e humana, a luta por uma outra sociedade, a luta pela sociedade socialista.

Apresentação do livro: LUTADORAS - Histórias de mulheres que fizeram história - feita por Claudia Mazzei Nogueira

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sabe como constituiu o bairro de Parelheiros?

Há aproximadamente 180 anos era fundado o primeiro assentamento oficial germânico em São Paulo. As terras foram cedidas pelo Império, à primeira leva de imigrantes foram os que desembarcaram, dois anos antes, no Porto de Santos. No então município de Santo Amaro (atual bairro de Parelheiros), centenas de alemães se estabeleceram, a partir de 1829, em casas de taipa de pilão, fundando o bairro Colônia. Era o ínício de uma presença que marcaria a paisagem paulistana.
Revista História Viva.

domingo, 22 de abril de 2012

Dica de livro - Memórias do cárcere

Os meses passados no presídio da Ilha Grande inspiraram o escritor Graciliano Ramos a escrever suas Memórias do cárcere. Ele ficou preso entre 1936 e 1937, suspeito (mas nunca formalmente acusado) de participação no mal sucedido levante "comunista" de 1935.
O presídio desativado em 1994, a instituição foi transformada no Museu do Cárcere...

sábado, 21 de abril de 2012

Outra dicas de filme

Valsa com Bashir - Direção: Ari Folman - uma original mistura de documentário, animação, filme de guerra e relato autobiográfico.
A história se passa durante a invasão israelense ao Líbano em 1982.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Brasil foi descoberto por Cabral?



- isso é o que diz a história oficial, até hoje ensinada nas escolas...

Mas, vejamos:

·         Será que Cabral, em 1500, encontrou aqui uma terra desabitada e vazia para que fosse descoberta?

·         Qual o interesse em se dizer que o Brasil foi descoberto?

·         Quem habitava essas terras há milhares e milhares de ano?

Os dominadores sempre contam a história de modo brilhante para eles, de modo a justificar a sua dominação. Assim, em vez de Ocupação, usaram a palavra Descoberta, para a conquista das terras do Brasil.

Mas, há outra maneira de escrever a História da Invasão Portuguesa na s Terras do Brasil.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como foram escritos a História?



Todos os homens, de todas as populações da Terra, viveram, participaram e fizeram a História.

Mas, nem todos os homens e nem todas as populações da Terra escreveram a história que fizeram história.

Quem foi que escreveu os livros de História?

Por muito tempo, quem se preocupava em registrar os acontecimentos eram os poderosos: reis, imperadores, generais, conquistadores...

Assim, os livros de História quase só contam as histórias dos reis, imperadores, generais, conquistadores...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Como foi contado o tempo? Por que 2012?


Os homens, fazendo a história, criaram várias formas de contar o tempo

Estamos em 2012.

O que significa isso?

Quando se começou há contar esse tempo?

Quem decidiu que fosse assim?



Essa decisão foi tomada numa época em que a Igreja tinha o poder máximo na sociedade europeia.



A História da Humanidade já vinha acontecendo há milênios e muitas formas de se contar o tempo vinham sendo feitas.



Os judeus haviam começado a contar o tempo a partir da saída de Abraão da cidade de Ur, na Caldéia, indo para um lugar bem longe, onde começaria a gerar o povo hebreu. Isso há 5.786 anos.



Os gregos contavam o tempo conforme a realização dos jogos olímpicos; a partir da primeira Olimpíada, há 2.811 anos.



Os antigos romanos contavam o tempo a partir da fundação da cidade de Roma há 2.788 anos.



Os cristãos começaram a contar o tempo a partir do nascimento de Jesus Cristo, chamando cada ano de Anno Domini, ou ano do Senhor, há aproximadamente 2012 anos atrás.



Já os mulçumanos começam a contar o tempo quando Maomé saiu de Meca para Medina, fundando a religião islâmica, há 1413 anos atrás.



Portanto, nós só dizemos que estamos em 2012 porque foi escolhido como o Ano 1 a ano do nascimento de Jesus Cristo.








segunda-feira, 16 de abril de 2012

A importância de se conhecer a História



Quando nós nascemos, já encontramos o mundo, por assim dizer, feito. Cidades construídas, países com os seus governantes, pessoas trabalhando para as outras, lojas, esse papel chamado dinheiro, uma língua pronta para ser aprendida e falada, escola, etc.

A impressão que a gente tem é a de que o mundo foi sempre assim como o encontramos hoje. Que sempre houve cidades e países, gente que manda e gente que obedece; que sempre existiram as fábricas e as máquinas, pouca gente rica e muita gente pobre; ou que as línguas, os números e as ciências já nasceram junto com os homens.

Se bem que, no fundo a gente até sabe que tudo que está aí tem história. Mas, se não procuramos saber como esse mundo veio se fazendo, acaba que nos acostumamos a aceitar tudo como se tudo tivesse sido sempre do jeito que está.

Ou senão, quem sabe, como se a sociedade tivesse sido obra de seres superiores e não de homens e mulheres, pessoas iguaiszinhas a nós.

Assim como é importante que cada um de nós conheça a história de sua vida, para se sentir com segurança de assumir suas próprias decisões e construir o seu caminho, assim também é importante conhecer a história da humanidade, para que possamos assumir a responsabilidade da construção da História em nosso tempo.


domingo, 15 de abril de 2012

Inverso - Caio Silveira Ramos

É difícil não ser poeta.

É difício não saber traduzir em palavras
O amor que se sente
O sonho que se diz sonhar.

Então me sinto pequeno,
Tão ridicularmente medíocre
Que sonho sonhar em ser poeta...

Mas um dia eu acordo
E acordado não invejo o poeta que cria,
Que cria o sonho,
Que inventa amores.

Eu, cidadão do nada,
sonho mais que o poeta e
Amo.
Amo além do verso.

Para mim,
Amor e sonho não se tornam palavras:
ficam guardados, fechados,
Numa inquietude interna,
Lutando entre si, permanentemente.

E por não ser verso,
Meu sonho é muito maior:
Não é possível descrevê-lo,
Quantifica-lo,
Compartilhá-lo com o hoeme que lê,
Sei apenas que sonho. E muito.

sábado, 14 de abril de 2012

Dica de filme

Milagre em santa Anna de Spike Lee.
Se passa no vilarejo italiano de Sant'Anna di Stazzema atacado pelos nazistas em 12 de agosto de 1944.
O filme de Lee narra o périplo de quatro soldados americanos da 92ª divisão Buffalo Soldier, formada apenas de negros.
O filme se baseia num livro homônio de James Mc Bride, escrito a partir do relato dos ex-soldados. Com ele, Lee volta a defender a causa negra, na linha de filmes com Faça a coisa certa e Malcolm X.
Segundo ele, Milagre, "um filme neo-realista afro-americano-italiano", é uma resposta à "mitologia holywoodiana" sobre a Segunda Guerra, que exclui os 1,1 milhão de afro-americanos que lutaram e morreram pelos EUA no conflito. Soldados que foram patriotas no front, enquanto eram tratados como "cidadãos de segunda classe" em seu país, diz ele.
O filme e Lee traz uma cena que não está no livro de Mc Bride: mostra soldados negros impedidos de entrar, por causa da cor da pele, nema lanchonete na Louisiana, em 1942 - enquanto alemães, inimigos no front, tomavam sorvete sem restrições. - G.B.
http://www.youtube.com/watch?v=gWTi4mBNuts

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dicas de Museu on line

Obras do Prado nos mínimos detalhes

Museus que colocam parte de seu acervo na internet não são novidade.

Mas, esse Museu do Prado, de Madri é fantástico visite.

O endereço é:

http://www.google.es/prado

quinta-feira, 12 de abril de 2012

dicas de Turismo Cultural


 

... cidade São Francisco do Sul, no norte de São Catarina.
Atração principal Museu Nacional do Mar único do gênero no país.
Terceira povoação mais antiga do país - a ilha recebeu a expedição francesa de Binot Palmier de Gonneville, em 1504 -, tornou-se vila em 1658, fundada pelos portugueses, e foi transformada em cidade em 1847.  Seu centro histórico tem mais de 100 casas tombadas.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dicas de livro

Livro: As singularidades da França Antártica
Autor: André Thevet
- o autor fez apontamentos sobre mitos e costumes de índios que viviam no Rio de Janeiro. Seus relatos dariam corpo ao tema do "bom selvagem" na França. ( li da biblioteca, se quiser doar, agradeço)

Livro: Meu destino é ser onça.
Autor: Alberto Mussa
Editora: Record.
Partiu de fontes históricas para recontar o mito, informando o leitor de seu percurso de pesquisa. A partir das informações recolhidas por Thevest entre os tupinambá, ele seguiu pelos escritos de Hans Staden, José de Anchieta, Manuel da Nobrega, Fernão Cardim e outros as fontes do século XVI e XVII. Num primeiro momento, reescreve a mitologia - indígena - ou cria, como diz , "o mito do que poderia ter sido", ou "mito baseado em mitos reais". - G.B.( li da biblioteca, se quiser doar, agradeço)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Os donos da terra

"Antigamente não havia civilizados, mas apenas índios. Uma mulher indígena ficou grávida. Toda vez que ela is tomar banho no ribeirão próximo da aldeia, seu filho, que ainda não havia nascido, saía de seu ventre e se transformava em animais, brincando à beira d'água. Depois voltava outra vez ao ventre materno. A mãe não dizia nada a ninguém. Um dia o menino nasceu. Era Aukê. Ainda recém nascido, transformava-se em rapaz, em homem adulto, em velho. Os habitantes da aldeia temiam os poderes sobrenaturais de Aukê e, de acordo com seu avô materno, resolveram matá-lo. As primeiras tentativas de liquidá-lo não tiveram sucesso. Uma vez, por exemplo, o avô o levou ao alto de um morro e empurrou-o de lá no abismo. O menino, porém, virou folha seca e foi caindo devagarinho, voltando são e salvo para a aldeia. Até que o avô resolveu fazer uma grande fogueira e nela atirá-lo. Dias depois, quando foi ao local do assassinato para recolher as cinzas do menino, achou lá uma casa grande de fazenda, com bois e outros animais domésticos: Aukê não havia morrido, mas sim transformara-se no primeiro homem civilizado. Aukê ordenou, então, ao avô, que fosse buscar outros habitantes da aldeia. E eles vieram. Quando Aukê os fez escolher entre a espingarda e o arco, os índios ficaram com medo de usar a primeira, preferindo o segundo. Por terem preferido o arco, os índios permaneceram como índios. Se tivessem escolhido a espingarda, teriam se transformado em civilizados. Aukê chorou com pena dos índios não terem escolhido  a civilização." (J. C. Melatti, Índios do Brasil, Editora de Brasília, págs. 27-28)
Aí está resumido o mito das várias tribos Timbira, do grupo Jê, que habitam o sul do Maranhão e o norte de Goiás, a respeito da origem dos brancos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bertolt Brecht

Eugen Berthold Friedrich Brecht é um dos autores alemães mais importantes do século XX, especialmente nas suas facetas de dramaturgo e de poeta. De formação marxista, Bertolt Brecht (seu nome artístico) dava grande importância à dimensão pedagógica das suas obras de teatro: contrário à passividade do espectador, sua intenção era formar e estimular o pensamento crítico do público. Para isso, servia-se de efeitos de distanciamento, como máscaras, entreatos musicais ou painéis nos quais se comentava a ação. Brecht expôs em escritos de caráter teórico e encenações modelares essa nova forma de entender o teatro.
O reconhecimento de sua genialidade chegou muito depressa: em 1922, foi concedido ao jovem Brecht o prêmio Kleist por Tambores da Noite. No entanto, no princípio dedicou-se à assessoria artística, trabalhando, por exemplo, para o Teatro Alemão de Berlim, de Max Reinhard, entre 1924 e 1926. Brecht consolidou-se como escritor independente logo após os musicais Ópera dos Três Vinténs (1928) – que bem mais tarde inspiraria a Ópera do Malandro, do brasileiro Chico Buarque de Holanda – e Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1930), escritos em colaboração com o compositor Kurt Weil. A crítica social contida nessas obras e seu humor cínico causaram escândalo na República de Weimar alemã.
A ascensão ao poder dos nazistas marcou o início de uma longa odisséia para Brecht, que, no final, o conduziu à Califórnia, onde permaneceu até o final da guerra e onde escreveu muitas das suas famosas obras teatrais: Galileu Galilei (1938), que aborda a responsabilidade da ciência, dando três pontos de vista distintos nas suas três versões; a peça antibelicista Mãe Coragem (1939); A Boa Pessoa de Setzuan (1941). Em colaboração com Lion Feuchtwanger, em As Visões de Simone Machard, transportou para a época da Segunda Guerra Mundial o mito de Joana d’Arc, personagem que já tinha abordado em 1930 em Santa Joana dos Matadouros, que só estreou em 1959. A obra contra Hitler, A Ascensão Irresistível de Arturo Ui, escrita no exílio na Finlândia, em 1941, só estreou depois da morte de Brecht. Após o regresso à Alemanha Oriental, fundou –- e, a partir de 1949, dirigiu, conjuntamente com sua mulher –- o Berliner Ensemble, onde se encenavam principalmente suas obras. Tal como as peças de teatro, a obra lírica de Brecht, publicada em quatro coleções, contém uma importante carga de crítica política e de ironia, embora também tenha composto poemas de amor muito pessoais. São especialmente conhecidas as Histórias do Sr. Keuner, coleção de breves episódios, que escreveu desde 1930 até a sua morte e foi publicada em 1958. – Do Klick Educação
     

Tantos relatos, Tantas perguntas

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastam os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem a ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.
Quem os levantou?
sobre quem triunfaram os césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritavam pelos seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia. Ele sozinho?
César bateu os gauleses.
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua Armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu, além dele?

Uma vitória em cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava suas despesas?

Tantos relatos.
Tantas perguntas.
                                                            (Bertolt Brecht 1898 - 1956)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Essa historia é a favor de quê? Contra quem?

Quando travamos conhecimento com algum trabalho realizado, precisamos ter a mente aberta para perguntarmos: Essa História (escrita ou em outra mídia), é a História de quem? Para quem? A favor de quê? Contra quem?
É um procedimento que precisa ser assumido por todos aqueles que procuram compreender o Homem: nenhum estudo sobre o Homem pode prescindir de situá-lo no mundo, de perceber sua historicidade.
"O Homem é um ser do seu tempo" e portanto, nunca poderemos, para comprendê-lo, seja qual o nível de nossa preocupação, deixar de contextualizá-lo, isto é, de considerar a sua posição no mundo.
Quando foi realizado o tal trabalho? Onde? A pessoa, ou as pessoas que realizaram o trabalho viviam em qual sociedade? Qual sua posição social nessa sociedade? E assim poderemos compreender suas atitudes e sua visão de mundo.
Enfim, o que queremos deixar claro é que escrever História é assumir e marcar uma presença no mundo, em determinadas circunstâncias; é registrar os acertos e os erros cometidos, ou seja, o que foi considerado certo ou errado de acordo com os interesses de determinada posição social ideológica. Nesse sentido, esse registro terá amplo significado de possibilitar ao grupo para o qual a História está sendo escrita a superação de etapas - isto é, registrando vivências, você pode ter a ampla possibilidade de não incorrer nos mesmos erros.
Você, certamente, já ouviu falar que o surgimento da escrita é considerado o limite entre a Pré-História e a História. Muito bem, isso demostra o quanto esta habilidade sempre foi considerada importante. No entanto, perguntamos: Teria sido a escrita uma habilidade dominada pela totalidade dos homens daquela época?
A resposta é bastante simples: mesmo em termos atuais, de século XXI, ela seria negativa. Portanto, cabem as perguntas:
-Onde está a História dos que não podem eles próprios escrevê-la?
-Onde está a História dos escravos, dos servos, dos operários?
-Onde está a possibilidade de essas classes obreiras, registrando as experiências vividas, poderem nelas se basear para terem atitudes mais maduras, mais construtivas, que contribuam para a sua libertação e para o seu crescimento a partir de suas condições de vida?
-Assim, o que podemos concluir?
Primeiro, que a tarefa de registrar os acontecimentos é, de uma forma ou de outra, assumida por alguns elementos da sociedade, tais como os que se dedicam à Literatura, à Pintura, à Escultura, enfim, às Artes em geral, as quais na verdade são expressões do modo de vida de uma sociedade. Segundo, qua a técnica de escrever, tendo sido durante muito tempo um privilégio das elites dominantes, fez com que a História servisse principalmente para o aperfeiçoamento dos instrumentos de poder dessa elite.
Porém hoje, no século XXI, podemos ter uma visão otimista: a própria situação de opressão se constitui em um desafio aos oprimidos. Desafio a que os oprimidos, assumindo essa condição existencial de forma integral e consciente, poderão, unidos, superar. Só assim poderemos pensar na construção de uma sociedade realmente melhor, onde nossas necessidades mais reais e vitais seja atendidas, e os homens, renascidos, possam desenvolver suas possibilidades, possam tornar-se pessoas... Pessoas que, nesse movimento de busca e de criatividade, refletem e constroem uma presença, uma existência histórica, de modo que seu estar no mundo seja assumido como um trabalho transformador e libertador, como uma forma de amor... (Aquino & Denize & Oscar, História das Sociedades)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O aparecimento da Història

  " Chego a estranhar, muitas vezes, que ela seja tão monótona, pois grande parte dela deve ser invenção".
                  Catherine Morland escrevendo sobre a História  (Northanger Abbey, de Jane Austen cap. XIV)

A História, como forma de explicação, nasce unida à filosofia. Desde o inicio elas estão bastante ligadas; è a filosofia que vai tratar do conhecimento geral. Em seu inicio, o campo filosófico abrange embrionariamente todas as áreas que posteriormente se iriam afirmar como autônomas: a matemática, a biologia, a astronomia, a politica, a psicologia, etc. São os próprios gregos que descobrem a importância especifica da explicação Historia. Heródoto, de acordo com a orientação empreendida por Hecateu de Mileto, se propõe a fazer investigações, a procura da verdade. Heródoto è considerado o pai da Historia, pois è o primeiro a empregar a palavra no sentido de investigação, pesquisa. Sua obra mais antiga começa assim:
"Eis aqui a exposição da investigação realizada por Heródoto de Halicarmasso para impedir que ações realizadas palos homens se apaguem com o tempo".
Ele è o primeiro historiador grego que faz indagações entre seus contemporaneos, aproveitando, para escrever a Historia através das tradições orais e os registros escritos.
È nessa fase que o historiador passa a estar ligado à sua realidade mais imediata, espelhando a preocupação com questões do momento. Não vemos mais uma preocupação com uma origem distante, remota, atemporal (como existia no mito), mas sim a tentativa de entender um momento histórico concreto, presente ou aproximadamente passado. Há uma narração temporal cronológica, referente agora a uma realidade concreta. Não procuram mais conhecer uma realidade atemporal, mas a realidade especifica que viveu, a realidade de um determinado tempo e um determinado espaço.
A explicação não è mais atribuída a causas sobre-humanas, não são mais os deuses os responsáveis pelos destinos dos homens.
Estes começam a examinar os fatores humanos, como os costumes, os interesses econômicos, a ação do clima, etc., embora ainda se encontrem referencia aos mitos e aos deuses. (Borges, Vavy Pacheco. O que è Historia?)



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mito

(...)
Os homens desde sempre, sentem necessidade de explicar para si próprios sua origem e sua vida. A grande pergunta é: Da onde viemos, quem somos, para onde vamos?
A primeira forma de explicação que surge nas sociedades primitivas é o mito, sempre transmitido em forma de tradição oral.
(...)
É preciso que reconheçamos no mito uma forma de pensamento primitivo, com sua lógica e coerência próprias, não sendo simples invenção ou engodo. O mito tem uma força muito grande no tipo primitivo de sociedade. Ele fornece uma explicação que para os povos que a aceitam é uma verdade.
O mito é sempre uma história com personagens sobrenaturais, os deuses. Nos mitos os homens são objetos passivos da ação dos deuses, que são respons´veis pela criação do mundo (cosmo), da natureza, pelo aparecimento dos homens e pelo seu destino.
Os mitos contam em geral a história de uma criação, do início de alguma coisa. É sempre uma história sagrada. Comumente se refere a um determinado espaço de tempo que é considerado um tempo sagrado; é um passado tão distante, tão remoto, que não o datam concretamente, não sabem quando ele se  deu. É um além da possibilidade de cálculos: referem-se a ele como "o princípio de todas as coisas", "os primordios". Os fatos mitológicos são apresentados um após os outros o que já mostra, portanto, uma seqüência temporal; mas o mito se refere a um pseudo-tempo e não a um tempo real, pois não é datadode acordo com nenhuma realidade concreta. Daí o mito mostra o eterno retorno, a repetição infinita: é um tempo circular, não linear.
(...)
Existem inúmeros mitos da criação do mundo (mitos cosmogônicos) que são vistos como exemplo de toda situação criadora.
(...)
No Egito, conta-se que, nos primeiros tempos, Osíris (deus da Terra, do sol poente, responsável pela fertilidade, e por isso também visto como o deus do Nilo) é assassinado por um outro deus, seu irmão Set (deus do vento do deserto, das trevas e do mal), e seu corpo, espalhado, por várias partes do país. Sua irmã-esposa Ísis (deusa da vegetação e das sementes), auxiliada por seu filho Hórus (deus-falcão e do sol levante), vais conseguir, através de palavras mágicas reunir todas as partes, e Osíris revive, indo morar entre os deuses. Muitos textos relatam diferentes formas de mito. Ele é visto como a luta entre a luz e as trevas, como a vida que vem do Nilo, que gera a fertilidade do Egito. Essa versão da morte e do renascimento de Osíris é a forma de os egipcíos explicarem a noção de imortalidade e sua eterna dependência da natureza. (Borges, Vavy Pacheco. Oque é história?)

domingo, 1 de abril de 2012

Que é História?

Desde que os gregos criaram a palavra História, o conteúdo atribuído ao termo tem variado segundo as visões de mundo dos historiadores. E você já sabe que a forma de os homens conceberem o mundo depende muito do modo de vida da própria sociedade que vivem e, principalmente, da posição ocupada dentro desta sociedade. Portanto, os fatores que possibilitam a produção ou retenção histórica estão condicionados pelo grau de consciência que os homens possuem de su contexto histórico - cultural e de sua posição na sociedade, no mundo...
Você, com isso, já pode imaginar que a definição do que é o ofício de historiador também tem sofrido modificações através do tempo: basicamente, podemos dizer que ele sempre teve por ofício a tarefa de reter os acontecimentos, isto é, de escrever, registrar as experiências vividas coletivamente. Porém a forma de registrar os acontecimentos evolui desde a simples descrição de fatos singulares sucedidos até a anáilise de um conjunto de fenômenos sociais que caracterizaram períodos longos de até vários séculos.
Ora, diante dessas colocações você pode estar se perguntando: Qual a importância de escrever, de registrar os acontecimentos?
O ato de escrever, de registrar a vida vivida significa uma conquista importante, extremamente importante. Por quê?
Quando você escreve, o ato mesmo de pegar no lápis e no papel exige uma certa atitude corporal e emntal, toda uma postura que favorece à reflexão. E se você escreve palavras que tem um significado real para você, que são verdadeiramente a expressão do que está vivendo biológica, intelectual e emocionalmente, você está organizando sua visão do mundo, organizando o seu pensamento, organizando a sua compreensão do mundo. E o mais importante, esse esforço significa um esforço no sentido de um encontro com outros pensamentos, pois, é uma procura da organização das idéias e da linguagem a ser utilizada para comunicá-las.
O homem vive e pensa, e escrevendo o que pensa sobre esse viver concretiza sua idéia - ou seja, a palavra escreta no papel é uma presença, é uma conquista de espaço no mundo, é, portanto, um documento.
Um documento que registra um momento, um tempo, um estágio de vivência, um estágio de pensamento, registra fatos que ocorrem em uma sociedade, em um determinado instante, em um determinado lugar. Ora, ninguém pode fugir à sua condição humana, ou melhor, à sua condição existencial em um tempo e espaço determinados. É esse ser e estar vivendo em uma sociedade que determina todas as nossas atitudes, inclusive, é claro, nossa maneira de escrever.

O termo HISTÓRIA

Os gregos foram os primeiros a utiliza-lo: histor, originalmente, significava aquele que apreende pelo olhar, aquele que sabe, o testemunho, aquele que testemunhou com seus próprios olhos os aocntecimentos, e "História" ("his" + "oren") significva apreender pelo olhar aquilo que se sucede dinamicamente, ou seja, testemunhar os acontecimentos, a realidade.