Nas Epístolas, Sêneca, o Filósofo,
descreve longamente todos os encantos da vida simples e natural do comunismo
primitivo.
“Haverá felicidade maior que a
dessa raça de homens? Desfrutavam em comum todos os bens da natureza, que, mãe
extremosa, os defendia e os cercava de cuidados durante toda a existência.
Gozavam em comum as riquezas comuns. Não eram esses homens verdadeiros ricos,
já que nenhum deles era pobre? Mas, quando surgiu a cobiça, esses homens, que
possuíam tudo, tudo perderam, porque tiveram a necessidade de reservar alguma
coisa, de acumular bens para criar a propriedade individual. Mesmo que o homem queira
corrigir o seu erro e reconquistar o que perdeu, expulsando o vizinho pela violência;
ou comparando-lhe as terras, até estender seus domínios pela superfície de
províncias inteiras, que, para serem atravessadas, demandam vários dias de
viagem, mesmo assim, ele não voltará ao ponto de partida...
Porque no princípio não se
conhecia nem a abudância, nem a falta de coisa alguma. O mais forte não
esmagara ainda o mais fraco. Tudo se dividia pacificamente. E cada qual tratam
o vizinho como a si próprio”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário