quarta-feira, 25 de abril de 2012

Falando ainda de mulheres na história

As mulheres não terem um lugar na "História" não foi uma decisão ingênua: nas biografias masculinas, é ouca a atençao dada às vidas conjugais dos homens referenciados, sua paternidade e outros detalhes de seu cotidiano; no entanto, é habitual que biografias femininas destaquem estes aspectos acima de outros.
As mulheres na nossa era foram empurradas para o trabalho fora de casa, mas tendo que se conformar com salários menores que os dos homens ppor trabalho igual. Com isso houve um rebaixamento salarial a todo trabalhador.
Mas trabalhar fora de casa não tirou das mulheres a responsabilidade ancestral do trabalho doméstico não remunerado, sobrecarregando-as, então, com a dupla jornada de trabalho.

O capitalismo não inventou a opressão da mulher, isto é certo. Mas também é certo que longe de libertá-las daquela opressão ancestral, endurece os grilhões e seus cárceres. No entanto, apesar da condenação que o capitalismo continua impondo às mulheres - que se transforma em amarra perpétua para as trabalhadoras e as mulheres dos setores populares -, marxistas e feministas sustentam discussões acaloradas e inclusive, em algumas ocasiões, irreconciliáveis, há mais de trinta anos.

E por isso, impusionamos a participamos das mais amplas mobilizações e lutas por direitos democráticos elementares - como o direito ao abordo, entre outros - e pelas demandas específicas das operárias em seus locais de trabalho etc. Mas, também insistimos na necessidade de que classe operária, começando por suas mulheres, integre a questão de sua emancipação em seu programa revolucionário, porque sabemos que não pode se libertar de suas amarras quem oprimea outros.
(...)
O capitalismo só nos reserva destruição, grilhões e barbárie. Claro, se até aqui podemos concordar com algum setores feministas anti-capitalistas, a pergunta que continua sustentando o debate é : a revolução proletária é suficiente para emancipação das mulheres?
(...)
Nada mais longínquo do pensamento de Marx e Engels, que propagandearam as origens e funções, da família, denunciando a instituição de domínio patriarcal. Em suas análises, insistiram sobre a existência da opressão da mulher em todas as sociedades com o Estado - e não apenas no capitalismo -, vinculando o patriarcado à existência das classes sociais. Com um tom extremamente radical para sua época - e inclusive maior do que a de muitas feministas que apareceram um século depois - Engels assinala em "A Origem da Família, a Propriedade Privada e o Estado",

 (...) que a monogamia não aparece de nenhuma maneira na história como um acordo entre o homem e a mulher, e menos ainda como a forma mais elevada de matrimônio. Pelo contrário, entra em cena como forma de escravização de um sexo pelo outro, como proclamação de um conflito entre os dois sexos, deconhecidos até então na pré-história. Em um velho manuscrito inédito, relatado em 1846 por Marx e por mim, encontro esta frase : "A primeira divisão de trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos". E hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a do sexo feminino pela do sexo masculino. A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, inaugura, conjuntamente com a escravidão e com as riquezas privadas, a época é dura até nossos dias e na qual cada progresso é ao mesmo tempo um regresso relativo  e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se dão às custas da dor e da repressão de outros. a monogamia é a forma celular da sociedade civilizada, na qual já podemos estrudar a natureza das contradiçõpes e dos antagonismos que alcançam seu pleno desenvolvimento nesta sociedade.

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