sábado, 16 de junho de 2012

É a região de economia mais dinâmica do país.


É a região de economia mais dinâmica do país, produzindo a maior parte do PIB. Nos setores agrário, industrial e de serviços, além de concentrar a maior parte da população. Apesar da maior dinamicidade, o centro-sul possui também as contradições típicas do desigual desenvolvimento sócio-econômico brasileiro.

Parte meridional da região centro-oeste

Área que possui uma população ainda reduzida e constitui, historicamente uma zona de expansão da economia paulista, o que explica a presença do maior rebanho bovino brasileiro.

Organização econômica - a principal atividade econômica do centro-oeste é a pecuária bovina extensiva que imprimiu a estrutura latifundiária desde a crise da mineração, no século xviii. Há também, extrativismo mineral e vegetal, sendo que agricultura ampliou-se com a abertura das fronteiras agrícolas de exportação. Este fato provocou intenso conflito pela terra, agravado pelo fluxo migracional. É uma região de fraca densidade, com luta pela terra.

Pecuária: goiás e pantanal (bovinos) - abastecimento dos frigoríficos do oeste paulista. A região sofre grandes alterações a partir da década de 70, com a expansão da fronteira agrícola e as pesquisas que viabilizaram o avanço da soja pelo cerrado, como por exemplo, o processo da calagem, adição de calcário ao solo. O enorme crescimento da agricultura na região vem determinando a necessidade de alternativas de transportes, como a hidrovia do rio madeira e a ferronorte.

Região sul - com uma superfície de 577.723 km2, a região sul compreende os estados do paraná, santa catarina e rio grande do sul, constituindo a única região brasileira não tropical.

O relevo do sul é formado em sua maior parte pelo planalto meridional, que apresenta três patamares limitados por escarpas: 

ao longo do litoral, ergue-se a primeira escarpa, de altitudes mais elevadas - a serra do mar, mais para interior, estende-se um planalto cristalino; a seguir a chamada "serrinha" forma uma nova escarpa é a serra geral, limite do planalto basáltico que se estende até o vale do rio paraná. No extremo sudoeste do rio grande do sul, desenvolve-se a campanha gaúcha, parte brasileira da vasta planície platina (o pampa). O clima do sul é subtropical úmido fatos que individualiza a região no conjunto brasileiro. A pluviosidade é bem uniforme, e as temperaturas médias são abaixo de 22oc, registrando-se as mínimas nas zonas mais elevadas onde ocorrem a neve ocasional. Na vegetação original do sul, predominavam as formações florestais: a mata atlântica, junto ao litoral; a floresta tropical, no norte do paraná; a floresta subtropical com pinheiros (mata de araucária).

O celeiro do país - a região sul possui, atualmente, uma economia agrícola altamente desenvolvida, que vem passando por um intenso processo de modernização, tornando-se uma atividade cada vez mais mecanizada e capitalizada. O norte do paraná, constitui a área agrícola mais desenvolvida do estado, com uma estrutura fundiária baseada em médias propriedades. Embora o café tivesse sido o principal produto da região, seu cultivo tem perdido o caráter monocultor, com a diversificação das lavouras comerciais (soja, trigo, arroz). O restante do estado tem uma produção agropecuária ampla e variada, além da exploração madeireira. Curitiba é a metrópole da região, com um parque industrial de certo vulto e com crescimento. O vale do itajaí, ao norte da encosta catarinense, é a zona mais dinâmica de santa catarina: vales profundos, caracterizam essa área de colonização italiana e alemã. Blumenau é o maior centro industrial da região. A zona serrana gaúcha é uma área de colonização alemã e italiana, apresentando uma estrutura fundiária calcada na pequena propriedade. À produção agrícola,  extremamente diversificada, vem se somar uma importante atividade pecuária, que alimenta uma próspera indústria frigorífica e de laticínios. Por isso mesmo, o setor agro-industrial foi o que mais cresceu no sul, no início da década de 90. No centro-sul gaúcho, destacam-se duas áreas: a região de porto alegre, metrópole que tem expressivo desenvolvimento industrial, a "campanha",  caracterizada pelos grandes estabelecimentos pastoris - as estâncias, onde predomina uma pecuária extensiva melhorada.

População
 - o processo de ocupação da região, inicia-se com o gado da campanha gaúcha. Oriundo de são vicente, este gado procura as pastagens naturais do sul, não ficando nas matas e serras da região. Imprime o latifúndio, ocupa, mas não estabelece grandes núcleos de povoamento, confundindo-se com as fronteiras castelhana. No litoral do rio grande houve, também, no período colonial, o povoamento com casais açorianos, indo até mais para o interior (depressão) e fundando porto alegre (guaíba). A mineração do século xvii gerou um povoamento com núcleo até laguna, pelo estreito litoral sul. Laguna era, em fins do século xvii, o ponto de apoio da ocupação brasileira no sul, visando a sacramento, no estuário do prata. No século xix chegam os imigrantes. Vão estabelecer-se nas matas e serras pouco valorizadas pela pecuária, e só usam a região como trânsito para a venda nas feiras e são paulo (exemplo sorocaba), para abastecer a área mineradora. Estes imigrantes vão: imprimir a pequena propriedade; desenvolver a agricultura associada à pecuária; desenvolver a agricultura de subsistência que dará origem à policultura; desenvolver a mão-de-obra familiar. Imigrantes alemães nos vales férteis; italianos nas encostas; eslavos no oeste e japoneses no norte do paraná, configuram o ciclo de povoamento. Hoje a região perde população para o centro-oeste, para a amazônia e até para fora do país. Fato determinado pelos seguintes aspectos:

• Divisão das propriedades pela herança 
• Minifúndios absorvidos por latifúndios com culturas de exportação, a exemplo da soja.

Economia - a existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na região sul, há o predomínio da grande propriedade e o regime de exploração direta, já que a grande criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural pouco numerosa na região. A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelos europeus, sobretudo alemães, que predominaram na colonização do sul. A policultura é a prática comum na região às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para a fabricação de vinhos, a de tabaco de óleos vegetais, a criação de frangos e porcos (associadas à produção de milho) para abastecer as usinas de leite e fábricas de laticínios. Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do paraná, que está relacionado com a economia do sudeste, sendo uma área de transição entre são paulo e o sul. Seu povoamento está ligado à expansão da economia paulista. O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no sul do país e o fato de a mata das araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exportação. As espécies preferidas são o pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A região sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Lá há a ocorrência de cobre no rio grande do sul e chumbo no paraná, mas o principal produto é o carvão-de-pedra, cuja extração concentra-se em santa catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e na siderurgia (misturado ao importado). A região sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o sudeste. A principal característica da industrialização do sul é o fato de as atividades rurais comandarem a atividade industrial. Assim, somente as metrópoles de porto alegre e curitiba não se encaixam no esquema agro-industrial predominante na região. Porto alegre é o maior centro urbano-industrial, onde se localizam indústrias metalúrgicas, químicas, de couros, de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de curitiba, o segundo maior centro industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras, fábricas de alimentos e do ramo automobilístico. As demais cidades industriais da região são geralmente mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de indústrias, como caxias do sul (bebidas e metalurgia), pelotas (frigoríficos), lages (madeiras), londrina (alimentos), blumenau e joinville (indústria têxtil), estas duas localidades no vale do itajaí, a região mais próspera de santa catarina.

Sudeste 
- o sudeste é a região mais desenvolvida do brasil, registrando em relação ao conjunto do país, uma participação de cerca de 55% no produto interno bruto (pib), de 66% no valor da produção industrial, e concentrando 58% de pessoal ocupado na indústria. O processo de industrialização ocorrido no brasil a partir da década de 50, apoiado tanto na entrada maciça do capital estrangeiro, quanto na iniciativa privada nacional e na própria intervenção estatal, baseou-se no desenvolvimento dos setores mecânico, metalúrgico, químico, de material elétrico e de transportes, consolidando-se a região como centro da economia nacional. Desde então, aqueles setores industriais acusam participação crescente no sudeste, em detrimento das indústrias tradicionais (têxtil, alimentos e bebidas, que vêm-se registrando uma queda relativa). Essa tendência vêm-se afirmando no conjunto da região, embora o desenvolvimento das indústrias seja diferenciado ao nível dos estados. São paulo destaca-se no contexto nacional como o estado de maior concentração industrial, especialmente no tocante à indústria pesada. E o interior do estado já desponta hoje como o segundo mercado interno do país. Minas gerais constitui o segundo centro industrial do país, com uma participação de cerca de 10% no valor da produção nacional. Em linhas gerais, a região da grande são paulo abrange o maior parque industrial da américa latina, além de constituir o maior centro comercial e financeiro do país. A riqueza de recursos minerais esteve na base do grande desenvolvimento das indústrias siderúrgica e metalúrgica do estado de minas. A maior parte da produção brasileira de ferro ainda provém do "quadrilátero ferrífero de minas gerais", sendo o brasil um dos maiores produtores mundiais desse minério. O rio de janeiro apesar de estagnado na metade dos anos 90, vem crescendo na última metade através de um processo de "renúncia fiscal" e dos novos ramos privatizados, os da telecomunicação e da siderurgia. A economia do rio de janeiro porém, tem sua maior perspectiva no crescimento da indústria do petróleo (extração, construção naval, plataformas, óleos e gasodutos, pólo gásquímico e novas empresas que ganharam concessão de exploração). A produção de termeletricidade também tende a crescer em função de novos investimentos privados e estatais (angra ii). O problema do rio de janeiro é basicamente para consumo interno e necessariamente exige importação de alimentos e insumos agrícolas. Outro setor de crescimento é o turismo - "a venda do local" - hoje principalmente interna é a rede de escolas e universidades que atrai investimentos diretos.

Organização econômica - a importância histórica desta região data do desenvolvimento da atividade mineradora, quando o eixo econômico e político do país transferiu-se para o centro-sul. Após a mineração, o café, no século xix, valorizou também a área, tanto no vale do paraíba fluminense como no paulista, assim como, no século xx, este produto impulsiona o oeste de são paulo. Manteve, no entanto, a estrutura fundiária do latifúndio neocolonial exportador, sendo que no rio paraíba utilizou-se da mão-de-obra escrava negra. Na era vargas esta região encontrou sua vocação industrial. O capital do café e o esforço do estado vão transformá-la em um grande centro industrial, sobretudo, nas metrópoles nacionais de são paulo e rio de janeiro, e na regional de belo horizonte.

Urbana e industrial, esta região apresenta algumas características marcantes:

Agricultura - como produção elevada - cana-de-açúcar, café, soja, milho e arroz, utiliza-se, porém, da mão-de-obra temporária ou bóia-fria, mostrando aí seus graves contrastes sociais e espaciais: ao lado de uma agricultura moderna há estruturas arcaicas, como a questão social, técnica e política do vale do jequitinhonha e norte de minas gerais, por exemplo;

Pecuária 
- dinâmica, não só para o abastecimento da carne, como de leite e derivados. Destacam os rebanhos de minas gerais e são paulo. 
Concentração industrial - destacamos quatro espaços industriais importantes: são paulo, rio de janeiro, área do quadrilátero ferrífero e cidades médias do oeste paulista.

Extrativismo mineral - extração de ferro no quadrilátero de minas gerais, que destinado ao mercado externo (porto e usina de tubarão - e.f.vitória - minas).

Extração de petróleo - bacia de campos-macaé.

Crise social - nas metrópoles do sudeste, destacamos o grave problema da segregação espacial. Mesmo com a redução da migração, a favelização amplia-se, fato que constata o elevado processo de segregação do espaço geográfico, com a favelização e a formação de uma enorme periferia urbana.

Crise ambiental 
- desmatamento, retirada do mangue, poluição da baía de guanabara, deslizamento de encostas, problema do lixo, etc, são tônicas na vida da região. A industrialização e a exploração econômica acelerada, sem respeito ao meio ambiente e visando ao lucro imediato, seguindo modelos externos, são fatores geradores desta crise vivenciada pela mais dinâmica região do país.

Industrialização brasileira - histórico - 1a fase: 1822 a 1930 - período de reduzida atividade industrial, dado a característica agrário-exportadora do país. Nessa fase, no entanto, ocorrem dois fatos que facilitam a industrialização futura: a abolição da escravatura e a entrada de imigrantes, que vão servir e mão-de-obra.

2a fase: 1830 a 1956 - o ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "revolução industrial" no brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país) beneficiada pela crise de 1929 e pela revolução de 1930). A crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o que associado a presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no sudeste, especificamente em são paulo. Esta fase, assim como a primeira, tem uma característica inicial de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não duráveis, definindo o período chamado de "substituição de importações". No entanto, a ação do estado começa a alterar o quadro, com o governo vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a csn (siderurgia), petrobrás e a cvrd (mineração).

3a fase: 1956 a 1989 - constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo juscelino kubitschek dá início a chamada "internacionalização da economia", com a entrada de empresas transnacionais, notadamente do setor automotivo. O processo iniciado por j.k. Teve continuidade durante a ditadura militar (1964 a 1985), destacando-se o governo médici, período do "milagre brasileiro", que determinou crescimento econômico, mas também aumento da dívida externa e concentração de renda.
4a fase: 1989 a ... - esta fase iniciada no governo collor com continuidade até o governo fernando henrique marca o avanço do neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia.o modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a cvrd, quanto no setor da infra-estrutura e serviços, como o caso do sistema telebrás. Além disso, os últimos anos marcaram a abertura do mercado brasileiro, com expressivas reduções na alíquota de importação. Por outro lado, houve brutal aumento do desemprego, devido à falência de empresas e as inovações tecnológicas adotadas, com a utilização de máquinas e equipamentos industriais de última geração, necessários para aumentar a competitividade e resistir à concorrência internacional.

A concentração industrial no sudeste 
- a distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em são paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o plano de metas, acentuou esta concentração no sudeste, destacando novamente são paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região sudeste polarizando as demais.

A descentralização industrial - atualmente, seguindo uma tendência mundial, o brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões. Dentro da região sudeste há uma tendência de saída do abc paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no vale do paraíba ao longo da rodovia fernão dias, que liga são paulo à belo horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos. A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
Autoria: Joaquim R. Ferreira da Silva


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