A escravidão - Inicialmente usavam a
mão-de-obra indígena, como escrava. Depois traziam negros da África como
escravos, só nós séculos XVI e XVII foram trazidos aproximadamente 1,3 milhões
de africanos ao Brasil. Utilizados em todo tipo de trabalho, foram os
responsáveis pela riqueza produzida durante o período colonial. A principal
razão da adoção do trabalho africano foi o fato de que seu tráfico rendia
vultosos lucros para a metrópole portuguesa e para os comerciantes.
Tráfico negreiro - A expansão da escravidão
africana no Brasil deveu-se sobre tudo, aos grandes lucros proporcionados pelo
tráfico negreiro. Os portugueses eram mais importantes comerciantes de
africanos. Os africanos eram capturados em sua terra natal, muitas vezes
com ajuda de membros de tribos rivais, e embarcavam em navios que os traziam
para a América. As condições que viajavem eram tão ruins que muitos morriam,
antes de pisar em solo americano. A escravidão, que não é só culpa do europeu,
porque tribos rivais da África entregavam seus rivais para os europeus, isso quer
dizer que os negros também tinham culpa, pode ser definida como uma relação em
que a pessoa que trabalha é de propriedade de seu patrão. Isso mostra que a
escravidão é um coisa errada por essa razão, mesmo que a pessoa não sofresse
castigos sem razão. Transformando uma pessoa em coisa.
As condições de vida - Não tinham direito a
nenhum tipo de liberdade. Eram expostos no mercado como animais. Muitas
escravas eram submetidas aos caprichos sexuais dos senhores. Contrariando a
tese "vocação para miscigenação", observamos que as escravas eram
apenas usadas sexualmente pelos senhores: elas não eram vistas como parceiras
Fim da Escravidão
Em 1850, Eusébio de Queiroz motivou a lei
contra o tráfico negreiro, entre outras coisas, pelo medo de o grande número de
negros ( 3.500.000 para 1.500.000 brancos ) viesse a perturbar a ordem
estabelecida. Queiroz chegou a propor a contratação de um exército de
mercenários estrangeiros para manter submissos os escravos, pois os soldados
brasileiros se recusavam a cumprir tal oficio. Na verdade, boa parte dos
escravos estavam se insubordinando
Em 1821, os pretos ocuparam Vila Rica, após sangrentos combates, declarando sua liberdade e igualdades aos brancos
Em 1849, em Queimados, Espíritos Santo, 200 escravos tentaram um levante, visando atingir todo o estado
Em 1821, os pretos ocuparam Vila Rica, após sangrentos combates, declarando sua liberdade e igualdades aos brancos
Em 1849, em Queimados, Espíritos Santo, 200 escravos tentaram um levante, visando atingir todo o estado
Lei do Ventre Livre - Em 28 de setembro de
1871 o governo conservador do Visconde do Rio Branco promulga a Lei do Ventre
Livre. De poucos efeitos práticos, a lei dá liberdade aos filhos de escravos,
mas deixa-os sob tutela dos senhores até 21 anos de idade
Lei dos Sexagenários - Em 28 de setembro de
1885 o governo imperial promulga a Lei Saraiva-Cotegipe, conhecida como Lei dos
Sexagenários, que liberta os escravos com mais de 65 anos. A decisão é
considerada de pouco efeito, pois a expectativa de vida do escravo não
ultrapassa os 40 anos
Abolição no Ceará - A campanha abolicionista
no Ceará ganha a adesão da população pobre. Os jangadeiros encabeçam as
mobilizações, negando-se a transportar escravos aos navios que se dirigem ao
sudeste do país. Apoiados pela Sociedade Cearense Libertadora, os "homens
do mar" mantêm sua decisão, apesar das fortes pressões governamentais e da
ação repressiva da polícia. O movimento é bem sucedido: a vila de Acarape
(CE), atual Redenção, é a primeira a libertar seus escravos, em janeiro de
1883. A escravidão é extinta em todo o território cearense em
25 de março de 1884. O Brasil foi o último país
do continente a abolir formalmente a escravidão mas, a liberdade veio mesmo por
motivos econômicos. Entre estes, os historiadores apontam a necessidade
da criação de um mercado consumidor para os produtos industrializados,
provenientes da Inglaterra. Os portos brasileiros foram, então, abertos aos
imigrantes europeus, tendo sido permitido aos escravos alforriados, ou
libertos, que retornassem à África. Em 1888, a Princesa Isabel assinou a
lei que abolia a escravidão
Lei Áurea - Em 13 de maio de 1888, o
gabinete conservador de João Alfredo apresenta, e a princesa Isabel assina, a
Lei Áurea, extinguindo a escravidão no país. A decisão, porém, não agrada aos
latifundiários, que exigem indenização pela perda dos "bens". Como
isso não acontece, passam a apoiar a causa republicana. Em 1899 partiu o
último navio - " o Aliança " - levando de volta à África um grupo de
ex -escravos. Uma criança que seguiu para a África naquele navio, Maria Romana
da conceição, chegou a visitar o brasil em 1963. A lei Áurea não
indenizou os escravos pelo trabalho realizado. Assim, abandonadas a própria
sorte, a maioria caiu na miséria da mendicância e vão compor a camada mais
miserável das classes populares .
Imigrantes
Embora vinculada ao problema da abolição, a
imigração estrangeira para o Brasil tem outros condicionamentos externos. O
esgotamento das terras na Europa, as tensões entre traba1hadores e grandes
proprietários, as crises agrícolas, a opressão fiscal, o desflorestamento, a
política comercial, o desemprego, as deficiências dos sistemas econômicos,
incapazes de garantir trabalho para todos, o grande "negócio" em que
a imigração transformou-se para o Estado, a expectativa de melhoria de vida na
América, as flutuações do mercado mundial de trabalho, entre outras causas,
determinam o fluxo imigrat6rio para o nosso país.
Da parte do Brasil contribuem para o estímulo à
imigração toda uma gama de causas mais imediatas, que vão da propaganda,
particularmente das companhias de navegação, interessadas no transporte dos
imigrantes, até as notícias enviadas pelos emigrados, excitando a imaginação
dos parentes e amigos, a demanda de mão-de-obra graças à expansão da lavoura,
provocada pelos preços compensadores, as facilidades concedidas pelo governo, o
interesse dos grandes proprietários, etc.
Embora as primeiras notícias sobre imigrantes
vindos para o Brasil datem de 1817, somente na década de 1850 é que há maior
incremento da imigração.
Por motivos de ordem externa e interna, a
política imigratória adotada pelo Brasil não conseguia índices regulares nesse
deslocamento demográfico.
Na lavoura cafeeira, as dificuldades
encontradas pelos imigrantes, no seu processo de adaptação, chegavam a ser até
de ordem natural: exuberância do solo, com plantas de extraordinário e rápido
vigor, etc.
Uma viagem desconfortável e com restrições a
bordo. Chegavam ao porto brasileiro, onde permaneciam algum tempo praticamente
confinados, sendo objeto de "negociações", intermediadas por
intérpretes, entre os fazendeiros interessados ou seus prepostos e os colonos e
suas famílias.
Não transcorria em melhores condições a viagem
dos imigrantes do porto de desembarque no Brasil até a fazenda onde iriam
trabalhar. As estradas eram precárias e o que se chamava de albergues para
pernoitar não eram mais do que simples ranchos desabrigados. Embora a fazenda
pudesse fornecer carros-de-boi ou tropas para o transporte dos colonos, não era
raro terem que caminhar a pé, quando então as crianças, em grupos de 4, eram
acomodadas em cestas que as mulas carregavam. Para os velhos e doentes também
eram reservados animais ou carros-de-boi.
Como os imigrantes recebiam rações de alimentos
durante a viagem, havia parada para as refeições, que eram preparadas por eles
próprios. Geralmente eram compostas de carne, arroz, feijão, café, açúcar e
toucinho. O preparo da comida exigia a busca de lenha e água, o que resultava
em não pouco trabalho. À noite não era raro dormirem no chão, em leitos de
folhas. Os mais afortunados traziam arranjos de cama, o que permitia relativo
conforto. Havia fazendas que forneciam, à chegada, esses arranjos, bem como os
trens necessários ao estabelecimento da família dos colonos. Claro que tudo era
debitado em suas contas. Sem entender muito o que se passava, famintos e
cansados, tomavam conhecimento do "regulamento da fazenda", do qual
geralmente recebiam c6pia. Esse documento tratava dos direitos e deveres de
cada colono, compreendendo desde os negócios até os festejos.
Na fazenda, a vida dos colonos era objeto de
toda uma série de normas, que restringiam os próprios movimentos. A obediência
às normas era sob pena de multa, que muitas fazendas faziam reverter para uma
caixa em benefício dos colonos.
A distribuição de moradias era feita por
sorteio, sendo que muitas casas por terminar exigiam dos colonos esse trabalho,
em troca de certas compensações. Para os padrões de moradia do camponês
europeu, as residências no Brasil eram bem deficientes. Dependendo do contrato,
a moradia era cedida gratuitamente por certo período, ou então cobrava-se
aluguel desde o início.
Um dos regimes de trabalho que mais se
propagou, num certo período, entre os imigrantes nas fazendas de café foi o
contrato de parceria. Implicava um acerto, pelo qual o fazendeiro cedia ao
colono determinada área de sua propriedade, com o respectivo cafeza1, para ser
cultivado, colhido e beneficiado, repartindo-se os resultados entre ambos, na
proporção que fosse estipulada pelo contrato.
Na verdade, era um sistema adotado como
intermediação entre a escravidão e o trabalho livre. Mal protegido pela
legislação que não garantia ao colono liberdade, segurança e acesso à
propriedade, o sistema mostrou-se vulneráve1, com deficiências que comprometiam
o seu funcionamento. As partes contratantes defrontaram-se desde 1ogo com um
conflito de interesses, marcado pela mútua desconfiança. O colono partia do
pressuposto, válido muitas vezes, de que o fazendeiro aproveitava-se de todas
as operações, como por exemplo pesagem, despacho, vendas, etc., para
locupletar-se. Do lado dos fazendeiros, estes exerciam excessivo
patriarcalismo, revoltando os colonos não acostumados a esse controle.
Habituados a tratar com os escravos, a quem forçavam a longas jornadas de trabalho
diário, com custo mínimo para sua alimentação, vestuário e alojamento, além do
exercício de severo controle sobre sua movimentação, os fazendeiros não
aceitavam a apresentação de reivindicações pelos colonos, portadores de um
elenco maior de necessidades, de certo grau de cultura e politização que
dificultavam as relações sociais de produção baseadas na exploração selvagem. A
própria vida privada dos imigrantes era objeto do "zelo" do
fazendeiro. Enganados pelos agenciadores de viagem e recrutamento nas aldeias,
os imigrantes construíam uma expectativa de rápido e relativamente fácil
enriquecimento, que logo se desvanecia em esperanças perdidas.
Num contexto diverso, mas em seguimento de
certa prática que já vinha da escravidão, inclusive reconhecida como uma
"brecha campesina", os fazendeiros concediam aos colonos o plantio de
cereais entre os pés de café, assegurando assim o abastecimento das fazendas.
Em áreas menos pr6prias ao café, plantavam batata, milho, tendo também criação
e vendendo o excedente aos domingos, nas feiras das vilas, depois do
culto. A parceria foi marcada pela rápida percepção de ambas as partes de
que os seus interesses eram prejudicados. Os fazendeiros alegavam, diante dos
resultados que não correspondiam, que entre os colonos vinham vagabundos,
condenados, enfermos, ve-1hos, inválidos, etc. Da parte dos imigrantes, a falta
de garantias e a realidade de sua redução a escravos estavam entre os motivos
mais fortes para sua revolta.
O mercado internacional de trabalho permitia recrutamento
sem muito critério de racionalidade e seleção. Dessa maneira, não se levava em
conta hábitos, habilidade profissional, códigos morais, idade, condições de
saúde. Essas ocorrências eram agravadas por uma legislação falha, executada e
fiscalizada precariamente. Os intérpretes abusavam de ambas as partes:
fazendeiros e colonos.
Em tese, alegavam seus defensores, o sistema de
parceria oferecia ampla liberdade ao empregado, reduzindo os conflitos de
tradições, costumes e convenções, não permitindo quistos raciais, vitalizando
novas regiões. Poderia ser, continuavam, nessa linha de argumentos, uma
oportunidade para adaptação à plantagem. O empresário não passaria de simples
rendeiro, repartindo o trabalho de administração e planejamento, bem como os riscos
com o trabalhador rural. Embora o sistema de salários prefixados fosse
oferecendo mais garantias aos colonos contra as oscilações do preço do café e
de outros riscos, outros regimes de pagamento foram sendo praticados.
Enquanto os colonos viveram com as suas
famílias dentro da fazenda, comumente um simples ajuste verbal com o fazendeiro
fixava o número de pés de café que competia a cada família cuidar, havendo
aquelas que, por numerosas e/ou capazes, encarregavam-se de 8 a 10 mi1 pés. O
cumprimento da tarefa que 1hes cabia, no que se incluíam o trato do cafeza1 e a
colheita, determinava o pagamento que recebiam, tendo por base um ano agrícola,
mas sendo feito mensalmente (mesada), em geral no primeiro sábado de cada mês.
O controle contábil desse pagamento era feito precariamente, em cadernetas.
Nesse processo incluíam-se o crédito dos
colonos pela venda do excedente de sua produção ao fazendeiro, bem como as suas
dívidas para com este. O regime de colonato comporta geralmente três formas de
pagamento:
1) fixo, por 1000 pés, sendo o colono obrigado
a manter limpo e preparado o terreno para a colheita;
2) por dia de trabalho, para os serviços de
poda, adubação, reparos no equipamento de produção, etc. e
3) proporcional ao número de sacas colhidas. O
salário assim recebido é complementado pela lavoura de subsistência consentida
ao colono, dentro das ruas do cafezal ou em terreno separado, pela criação
doméstica, lenha, café para o consumo, etc. O colonato configura-se como
exploração tipicamente capitalista, na qua1 o fazendeiro é o empresário que
assume todos os riscos do negócio.
O sistema de contratos também era objeto de
crítica das partes. Quando os colonos conseguiam liquidar seus débitos até o
fina1 do contrato, deslocavam-se em massa, levando o fazendeiro a ficar exposto
a sérios prejuízos. Eram ainda os fazendeiros que afirmavam sobre a relutância
dos colonos em pegar a quantidade de cafeeiros que podiam tratar, destinando
mais o tempo para suas lavouras e criações, o que nos mostra o atrativo que a comercialização
da economia de subsistência passa a ter diante do desenvolvimento do mercado
interno.
Vindos muitas vezes de países frios do Norte da
Europa, os colonos estranhavam os costumes, a alimentação e as formas de vida.
O asseio corporal que o tr6pico exigia parecia diminuir-1hes a resist8ncia. A
sabedoria popular apontava, por exemplo, a alta incidência de bicho-de-pé à
falta de lavarem os pés todas as noites.
O imigrante jovem e sadio fazia-se às vezes
acompanhar de velhos e doentes, de quem não queria apartar-se,
responsabilizando-se então pelo seu sustento, mas onerando, naturalmente, sua
produtividade para o fazendeiro.
Os compromissos que o governo assumia nem
sempre eram cumpridos, ao passo que, originários de regiões superpovoadas, onde
já haviam desenvolvido técnicas agrárias e de aproveitamento do solo, os
colonos viam aqui inoperante a sua experi8ncia nesse sentido, isto é, davam-se
melhor com terrenos mais cansados, onde podiam usar fertilização e arado.
Terras excessivamente ricas e vegetação exuberante exigiam uma reciclagem nas
suas práticas.
Visto este capítulo de dificuldades, temos que
reconhecer que a imigração possibilitou a continuidade da expansão cafeeira,
após a abolição. Dignificou o trabalho manual, aviltado pela escravidão. Introduziu
certos tipos de veículos rurais e instrumentos agrícolas europeus, ensinando
novos métodos de utilização dos animais. Revolucionou a dieta alimentar
brasileira: introduziram-se o consumo diário da manteiga fresca, do leite,
etc., e as massas de farinha de trigo e fubá ingressaram definitivamente em
nossa cozinha.
O cultivo de hortas, pomares e jardins foi
desenvolvido. No meio urbano os imigrantes influenciaram os costumes e usos, a
indumentária, as atividades lúdicas, a arquitetura, o lazer. Com a imigração
uma série de novas ocupações foram sendo criadas, além do que a pequena e a
média indústria, origens dos grandes estabelecimentos fabris, foram-se
desenvolvendo, muitas vezes a partir de um modesto atelier. O constante fluxo
imigrat6rio, uma vez incorporado ao mercado de trabalho, vai formando também um
mercado consumidor, capaz de gerar ocupações e um elenco de necessidades.
Tanto os interesses do Estado quanto os dos
fazendeiros convergiam para a introdução de famílias, uma vez que era uma forma
de prender o imigrante à terra, não alimentando esperanças de volta rápida,
diante da responsabilidade de mantê-1os aqui. Permitia também para o fazendeiro
um trabalho suplementar barato, isto é, das mulheres e crianças.
Não se tratava de uma concessão do sistema de
imigração, com o sentido de abrir livremente a oportunidade de enriquecimento,
tornando os colonos proprietários e promovendo a sua ascensão social. O próprio
sistema engendrará novas formas de apropriação do trabalho do imigrante,
mitificando então as oportunidades e elaborando um discurso ideológico que
vendia a riqueza e a felicidade, desde que trabalhassem mais...
A grande imigração, particularmente de
italianos, foi fortemente estimulada e subvencionada pelos cofres públicos,
ficando o governo encarregado do pagamento das passagens dos imigrantes e
muitas vezes dos primeiros serviços de assistência quando de sua chegada.
Em nosso século a economia cafeeira contará,,
no seu primeiro quartel, com a força de trabalho representada pelos colonos
estrangeiros, e, como já afirmamos, a partir da década de 30, com a redução
substancial do afluxo externo, o recrutamento no mercado do trabalho
voltar-se-á para os descompassos do próprio mercado interno, dando margem a
permanente migração de trabalhadores dos estados do Nordeste para São Paulo e
Paraná, o que, se eliminou alguns problemas, criou entretanto novas
dificuldades.
A exploração da força de trabalho é feita
através de diferentes formas contratuais de trabalho ou de acerto verbal. No
Paraná, difundiu-se muito o sistema de meias, incluindo a formação e/ou
condução dos cafezais, ficando 50% da produção para cada uma das partes. Ao
meeiro cabe também a exploração das culturas de subsistência.
Para a lavoura cafeeira particularmente, o
problema da mão-de-obra marca toda a sua história. A mobilização de um grande
efetivo de força de trabalho, bem como as dificuldades naturais da mecanização,
levam a lavoura tradicional a despender em mão-de-obra 30 a 50% do custo de
produção
A industrialização tardia
A indústria brasileira começou no setor de bens
de consumo produzindo tecidos de algodão, chapéus, bebidas, produtos químicos:
fósforo, cosméticos, produtos farmacêuticos. No setor de alimentos
desenvolveu-se a indústria de carne, e açúcar e no setor metal- mecânico
produzia-se pregos, parafusos, porcas e latas.
O país importava de tudo: máquinas, ferrovias, artigos de ferro como cobre, folha de flandres, foices, pregos, parafusos, tesouras, canivetes; vidros de todos os tipos, papel, tintas, artigos de alimentação como: salames, batatas, água mineral, rum, queijos londrinos, manteiga, mostarda, vinagre, cerveja, ervilhas, biscoitos além de outros produtos ingleses como: botas, toalhas, meias, lãs, móveis, pianos, relógios, chapéus, conservas, chá, rapé, brinquedos, faqueiros, agulhas, alfinetes, cornetas, flautas e inúmeros outros produtos.
O país importava de tudo: máquinas, ferrovias, artigos de ferro como cobre, folha de flandres, foices, pregos, parafusos, tesouras, canivetes; vidros de todos os tipos, papel, tintas, artigos de alimentação como: salames, batatas, água mineral, rum, queijos londrinos, manteiga, mostarda, vinagre, cerveja, ervilhas, biscoitos além de outros produtos ingleses como: botas, toalhas, meias, lãs, móveis, pianos, relógios, chapéus, conservas, chá, rapé, brinquedos, faqueiros, agulhas, alfinetes, cornetas, flautas e inúmeros outros produtos.
O governo republicano brasileiro adotou uma
política econômica voltada para os interesses agro-exportadores, principalmente
o café, sem preocupação com o setor industrial, considerado secundário e
desnecessário num país de tradição agrícola.
Essa política econômica do governo republicano
oligárquico estava de acordo com os interesses do capitalismo internacional. Em
São Paulo desenvolveu-se a grande indústria, "estabelecimentos que
empregam um capital igual ou superior a 1.000 contos", com capital
disponível acumulado pela cafeicultura. Os primeiros industriais - os
"capitães de indústria" - eram grandes fazendeiros e alguns poucos
imigrantes que dispunham de algum capital e ou conhecimento técnico.
Esses imigrantes começavam como representantes
comerciais de fábricas européias no país para posteriormente criar seu pequeno
negócio montando ou adaptando componentes para o Brasil. Ao contrário dos
países capitalistas europeus, essa "burguesia industrial" ligada
diretamente ao setor agrícola não defendeu uma política de industrialização do
país, pois, a indústria era considerada "artificial".
Nos Estados onde a atividade exportadora não se
desenvolveu, como em Minas Gerais, onde predomina uma economia de subsistência
(exceção das zonas da Mata e do Sul de Minas), o aparecimento de indústrias
ocorreu no setor têxtil, artigo de uso popular e fácil de obter a matéria prima
o algodão.
A 1a Guerra Mundial que deu um impulso a
industrialização brasileira devido a dificuldade da importação de
manufaturados. Após a 1a Guerra Mundial ocorreu uma maior sofisticação da
indústria brasileira com o funcionamento de fábricas de cimento, papel e
celulose, máquinas agrícolas e ferro.
O Operariado
Os primeiros operários eram imigrantes
italianos, que insatisfeitos com a exploração nas fazendas de café,
transferiam-se para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os principais
pólos econômicos do país. Em 1900, 92% dos trabalhadores da indústria em São
Paulo eram constituídos de italianos, o que ocorria em outras capitais. Em
Minas Gerais onde a imigração não teve a importância de S.P., recrutavam-se
trabalhadores entre órfãos, crianças abandonadas e indicação de políticos que
ofereciam famílias inteiras para trabalhar nas fábricas do interior de Minas.
As condições de trabalho nas fábricas eram
duras: jornadas diárias que estendiam-se a 15 horas, salários sempre baixos,
ausência de um sistema de previdência social ou indenização em caso de acidente
ou invalidez. Nas fábricas, trabalhava um grande número de mulheres e crianças,
pois recebiam salários menores, e eram mais fáceis de controlar. Durante a
grande greve de 1917 em São Paulo entre as reivindicações dos operários
estavam: o fim do trabalho de menores de 14 anos; a proibição de trabalho
noturno para os menores de 18 anos e mulheres.
Os trabalhadores inicialmente defendiam-se
através de organizações operárias assistencialistas, cujo objetivo era amparar
o trabalhador em caso de doença e morte. A primeira organização operária de
luta foi a corrente anarquista cujo objetivo era a formação de uma sociedade
" sem governo e sem leis, constituída por federações de trabalhadores que
produzam segundo sua capacidade e consumam segundo sua necessidade; uma
sociedade onde a terra e suas riquezas sejam de todos os trabalhadores";
enfim uma sociedade sem opressão e miséria.
Os anarquistas defendiam a organização dos
trabalhadores em sindicatos e a "ação direta" do povo contra a
opressão e miséria recorrendo até a atos de violência contra autoridades do
Estado. As greves constituíram-se em outro instrumento de luta dos operários,
que foram freqüentes mesmo com a repressão policial. O governo da República
Velha considerava as reivindicações operárias como desordem e portanto, caso de
polícia.
Com o advento do comunismo na Rússia, liderado
por Lenin e seu partido bolchevista de estrutura centralizada e disciplinada, a
corrente anarquista cedeu terreno. Em 1922, fundou-se no Brasil o Partido
Comunista, que procurou unir todos os operários especializados para dar mais
força ao movimento dos trabalhadores. O Partido, mesmo pequeno, foi duramente
perseguido pelo governo de Arthur Bernardes e lançado poucos meses depois na
ilegalidade.
O movimento operário conseguiu, mesmo com
grande resistência dos empresários, algumas leis de proteção ao trabalho,
principalmente após a participação do Brasil na Conferência de Paz de 1919, que
pôs fim à Primeira Guerra Mundial. Nesse encontro das potências vitoriosas 10
pontos foram considerados fundamentais: 8 horas por dia, 48 horas por semana;
proibição do trabalho de menores; auxílio a maternidade; serviço de saúde etc.
De todos esses direitos fundamentais, apenas as 8 horas de trabalho foram aplicados
no país principalmente em São Paulo.
Autoria: Andressa Fiorio
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