sexta-feira, 18 de maio de 2012

Época que a Propriedade Privada era pecado...

Século 12 a.C., os hebreus, hordas nômades que viviam nos desertos do NOrte da Arábia e da parte oriental do Egito, penetraram no país de Canaã. Organizados em família e em tribos, de acordo com o parentesco, vieram, sob a direção de chefes, para conquistar novos territórios e neles se instalaram.
(...) A propriedade privada do solo era ainda absolutamente desconhecida dos hebreus. Não há mesmo, em hebreu, uma palavra para designar a propriedade. Existe apenas a palavra nachlah, que quer dizer "parte hereditária". A propriedade, em hebreu, chama-se baal, palavra que também significa o senhor, o marido ou o criador.
(...) O deus supremo dos hebreus, na ocasião em que invadem o país de Canaã, era Javé ou Jeová, deus do deserto, do calor tórrido, do fogo ardente e das tempestades.
(...) Baal, deus de Canaã, era um deus diferente.
(...) Aos olhos dos profetas (do deus Javé ou Jeová), o culto a Baal não era mais que um pretexto para os homens darem livre expansão à luxúria, copulando abundantemente.
(...) Canaã, já estava dividida em cidades, onde existiam o comércio e a indústria, e onde tudo já havia sido transformada em propriedade privada.
(...) O desenvolvimento econômico de Israel e a consequente divisão da sociedade em classes agravaram a crise, no decorrer da qual a nação de Javé adquiriu novas significações que implicavam uma verdadeira revolução no dominio da religião. A transformação do primitivo estado de coisas foi ainda precipitada pelas guerras, nas quais os hebreus lutaram ora para defender o país, ora para dilatar seus territórios.
(...) Os israelitas, após o esmagamento dos habitantes de Canaã, tornaram-se os senhores de todos os caminhos, através dos quais chegaram ate a costa. Desse modo, entraram em relações comerciais com os industriais navegantes fenícios.
(...) Baal se tornou o deus dos ricos e Javé continuou sendo o deus dos pobres.
(...) Vê-se pois, que a rivalidade entre Javé e Baal era apenas um reflexo, no domínio religioso, da luta de classes que aparece com a transformação econômica do país.

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