domingo, 20 de maio de 2012

Esparta - O Comunismo em Esparta

Esparta ( ou Lacedemônia, nome oficial do Estado espartano) surgiu cerca do século IX a. C., no vale formado pelo Rio Eurotas, fértil região da Lacônia, entre os Montes Taígeto e Parson, próximo ao litoral do Mar Egeu. Compreendia cinco aldeias, desprovidas de muralhas. Ao invadirem a Lacônia, os dórios destruíram as cidades dos aqueus - Amicleia, por exemplo -, por força de sua superioridade militar, pois conheciam o uso e a produção de arma de ferro.
Quase todos afirmam que Licurgo foi o primeiro legislador que a tradição apresenta como autor de uma revolução comunista.
Os espartamos referiam-se sempre a Licurgo, vendo nele um legislador culto, bondoso e desintessado, que levara a cabo uma grande reforma política e transformara completamente a ordem econômica, estabelecedo o regime comunista em bases sólidas.
"A segunda instituição de Licurgo, possivelmente a mais audaciosa de todas as suas instituições - diz Plutarco - foi a divisão das terras. Esparta estava sujeita a um regime de terríveis desiualdades. Enorme multidão de pobres era mantida pelo Estado. E, ao lado dessa miséria, reduzido número de famílias que viviam nababescamente, entregues à dissolução, ao orgulho, à inveja, à fraude e à dissipação. Afim de suprimir completamente esses males e muitos outros ainda mais graves, que existiam no seio do Estado, em consequência da riqueza e da pobreza, Licurgo conseguiu que os cidadãos pusesse as suas terras à disposição da coletividade. Os homens novamentedividiram as terras entte si e passaram à viver juntos, num regime deabsoluta igualdade e de completa comunidade de bens.
As terras da Lacônia foram divididas em 30 mil partes, cabendo à cada habitante uma parte. As terras das aproximidades foram divididas em 6 mil partes. Cada cidadão de Esparta recebeu o seu quinhão. Contam que, temos depois, Licurgo, passeando pelos campos, viu grande número de montes de trigo exatamente iguais ao lado uns do outros.
Rindo para os que o rodeavam, ele disse que a Lacônia parecia um campo repartido entre irmãos.
Licurgo quis, igualmente, suprimir os instrumentos agrícolas para eliminar todas as desigualdades possíveis. Mas a proposta não foi aceita. Começou abolindo todas as moedas de ouro e de prata, que foram substituída por outras de ferro. Essas moedas, embora muito grandes e pesadas, possuíam um valor insignificante. Depois que essa moeda foi posta em circulação, não houve mais crimes na Lacônia. De então por diante, ninguém mais quis roubar, enganar ou deixar-se corromper por uma coisa que, além de não ser possível esconder, não podia mais ser exibida.
O comércio e a navegação desapareceram completamente.
Todos os cidadãos foram obrigados a comer em comum. As crianças, mais tarde, participaram também das refeições coletivas, para se instruírem ouvindo as conversas dos adultos.
Procura-se também proteger a infância - diz Plutarco. Regulamentou-se o casamento e a procriação...Licurgo, antes de tudo, quis fortalecer fisicamente a mulher, habituando-a à corrida, à luta, ao laçamento do disco e do dardo. Para destruir o pudor e todos os sentimentos que enfraquecem a mulher, obrigou-a a aparecer inteiramente nua nos cortejo, ao lado dos homens. A nudez das donzelas não era evidentemente imoral nem indecente.
A finalidade da educação espartana era formar homens de ação e não complativos ou fracos...
Licurgo, por outro lado, introduziu em Esparta hábitos de tal natureza, que todo os membros da sociedade viviam fortemente unidos aos interesses coletivos, agrupando-se em torno do seu rei, como as abelhas de uma colméia; e esquecendo-se de si próprios para só viver para a pátria.
Justamente em virtude dessa organização interna, o Estado espartano aparece, aos olhos dos mais esclarecidos espíritos da Grécia antiga, como o único Estado bem constituído e firme, em meio da confusão em que se debatiam todos os Estados da Gécia.

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