segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fotografia


Momento mágico, luz inesquecível que escapa do desenrolar casual das sucessões ordinárias, a revolução é assunto de imagem, mais que de conceito.

É claro que as fotografias não podem substituir a historiografia, mas elas captam o que nenhum texto escrito pode transmitir: certos rostos, certos gestos, certas situações, certos movimentos. A fotografia possibilita que se veja, de modo concreto, o que constitui o espírito único e singular de cada revolução. Alguns críticos negam o valor cognitivo das fotografias de acontecimentos.

Esse ponto de vista me parece bastante discutível. É verdade que a fotografia não pode substituir a narrativa histórica, mas isso não a impede de ser um instrumento insubstituível de conhecimento histórico, que torna visível aspecto da realidade que frequentemente escapam aos historiadores.

A contribuição específica da documentação fotográfica é posta em evidência, com muita perspicácia, pelo antropólogo e historiador Marc Augé: As fotos da imprensa ou agências (...) colocam a História no presente, restituindo-lhe, a imprevisibilidade. O indivíduo, o acontecimento, a anedota ocupam todo o seu espaço e isso não significa que a História não  tenha sua importância: uma das tarefas do Historiador, se deseja compreender uma época, é precisamente imaginar o presente dela, fazer o inventário de suas possibilidades, escapar da ilusão retrospectiva.
Afirmar a importância da fotografia para o conhecimento dos eventos revolucionários não implica que se trate de um documento puramente objetivo. Cada uma dessas imagens é ao mesmo tempo objetiva – como imagem do real – e profundamente subjetiva, pois traz, de um mod

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